Eu não neguei nem mesmo quando eu deveria negar. Eu estava apaixonada por ele. Não era uma daquelas paixões avassaladoras, que derrubam barreiras e passam por cima de qualquer pessoa. Era uma paixão delicada, por afinidades e sorrisos. Eu fui com ele, desde o primeiro dia, quem eu sou de verdade. Sem máscaras, roupas bonitas e maquiagem no rosto. Ele me pegou no colo e me conheceu de verdade em um dia nada legal, eu com os olhos inchados e a meia calça desfiada e ele com o boné branco, e a combinação de bermuda com um blusão de Portugal. Foi tudo tão rápido que na verdade eu nem percebi. Eu estava naquele momento tão clichê de todo fim, querendo conhecer o mundo inteiro, saindo com o mundo inteiro e odiando, ao mesmo tempo, o mundo inteiro. E ele, nesse mundo inteiro, se destacou. E não foi pelo sorriso bonito ou pelo chaveco sem fim, foi porque eu o escolhi. Peguei meu dedinho, apontei pra ele e disse: é você! Por tantas vezes pensei que não me apaixonaria nunca mais por nenhum ser humano e que ninguém seria capaz de me surpreender. E quem acabou me surpreendendo? Eu mesma. Aos poucos, ele foi tomando conta das minhas terças, depois dos meus sábados e às vezes dos meus domingos, quando foi ver…era meu a semana inteira. Hoje eu percebo que ser verdadeira, não mascarar sentimentos é bonito, mas alem disto tudo, é necessário. Relação se constrói com verdade. Eu fui assim, não neguei nem quando devia negar e não me arrependo nenhum segundo de vida. Ele me complementa, porque somos iguais e diferentes e o amo de uma forma única. Me apaixonei de uma maneira instantânea e inédita dentro de mim. E não, não me arrependo de ter doado cada dia do meu último ano a ele e ter dormido e acordado ao lado dele e conhecer o cheiro e as pintinhas dele. Claro, conhecemos e nos apaixonamos por varias pessoas, mas uma paixão assim delicada, é eterna. Porque cada dia que lembro do meu primeiro abraço nele, tenho certeza que Deus predestinou ele quando eu nem sonhava em deixar de ser quem achava que era, pra ser quem eu realmente sou.
- "(...) Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta (...)" Caio Fernando Abreu
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