Feeds:
Posts
Comentários

Archive for julho \24\+00:00 2007

A vida tem mais sentido agora. É uma saudade que não é saudade, misturada com o desejo realizado de não mais doer em nada.

“I touch you once I touch you twice
I won’t let go at any price
I need you now like I needed you then
You always said we’d still be friends someday”

Read Full Post »

Quando Jorge partiu…

Fazia sete anos que Jorge se matara no banheiro de casa e Ana ainda não tinha superado.
Parecia ontem, primeiro de janeiro de dois mil e um.
Lá estava ele, jogado no chão do banheiro, com cortes por todo o corpo, mergulhado em uma poça de sangue.
Depois desse dia, Ana nunca mais foi a mesma. A vida dela ficou dividida em duas partes- antes de Jorge partir e quando Jorge partiu. E entre aquele antes e aquele quando, não restava mais nada na vida dela, a não ser um vazio imenso e um espaço em branco deixado por ele naquele dia primeiro. Ana poderia preencher esse espaço vazio de tanta coisa. Ações, intenções, palavras ou qualquer coisa que ela quisesse.
Encontrou o silêncio e a letargia emocional e foi o jeito doloroso para ocupar seus dias, o vazio que ocupava o apartamento, a cama sem Jorge ao lado, os jantares com a cadeira em frente vaga.
Quando Jorge morreu, Ana ficou estática durante horas na sala segurando a carta que ele deixara a ela, apenas segurando nas mãos, olhando a noite cair pela janela e respirando, como se estivesse dentro de uma bolha de sabão redonda, intocável, suspensa no ar bem no centro da sala.
Depois daquele dia, o dia quando Jorge partiu, só restavam duas coisas para Ana – lágrimas e vodca. Vodca pura, para o gosto amargo tomar conta do amargo que tornou-se sua vida e lágrimas, muitas delas. A sensação de ter um nó na boca estômago, as manhãs de ressaca, os olhos inchados. Às vezes era involuntária a ação e sua vida se tornou uma longa meditação sobre o nada.
Chegou dia primeiro de janeiro de dois mil e dois…de dois mil e três…dois mil e quatro…E, quando chegou o dia primeiro de janeiro de 2008, olhando a noite cair pela janela da sala, com um copo de vodca ao lado e lágrimas nos olhos, Ana se suicidou.

Read Full Post »

Estou triste, mas é só pra descansar da felicidade que andava incomodando em demasia.
Ela exigia demais de mim, ficava me cobrando telefonemas, visitas, e satisfações. Queria que eu vivesse vinte e quatro horas por dia pra ela.
Resolvi jogar tudo pro alto e ser triste. E olha, não é que eu to gostando mesmo dessa vida?
A tristeza nem é tão ruim assim e ai de quem me disser que um dia eu vou ser feliz novamente, juro, juro, juro que não quero nunca mais, NUNCA, leram bem? NUNCA ter a felicidade me incomodando novamente.
Enfim, respiro!

Read Full Post »